segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Entrevista para o jornal O Povo

Vejam abaixo uma matéria que participei no Jornal O Povo no dia 29 de setembro http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2010/09/29/noticiapoliticajornal,2047169/disputa-esquenta-na-reta-final.shtml


Disputa esquenta na reta final

Com a queda de Dilma na pesquisa Datafolha, analistas divergem sobre sua participação no debate da Rede Globo

Uma vitória dada como certa nestas eleições, já no primeiro turno, era a da petista Dilma Rousseff. Entretanto, os mais recentes números da pesquisa Datafolha abrem a real possibilidade de a disputa só ser definida no último domingo de outubro, exigindo reações de quem está no comando das campanhas.

Indefinição, tensão e expectativa também em relação à disputa para as duas vagas cearenses no Senado, em que Tasso Jereissati (PSDB), Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT) aparecem embolados, segundo a última pesquisa O POVO/Datafolha.

No âmbito da disputa nacional, analistas divergem sobre a postura que Dilma Rousseff deve adotar. Enquanto o professor David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), defende que a petista deve responder a todos os ataques – principalmente aos que a vinculam com o escândalo da Casa Civil - e participar do último debate antes das eleições, que será exibido amanhã pela Rede Globo, o professor Adolpho Queiroz, da Universidade Metodista de São Paulo, acredita que Dilma precisa se preservar. E mais: faltar ao debate da Globo.

“Eu acho que, se ela não for ao debate, ganha a eleição. Se for, vai ter de responder perguntas espinhosas. É melhor manter a dúvida do que ter de responder que foi guerrilheira, roubou banco, matou gente. Ficaria muito caro a essa altura do campeonato. Faltar seria uma fuga estratégica”, avalia.

Vale lembrar que, em 2006, até os últimos instantes que antecederam o debate da Globo, pairou a dúvida sobre a participação ou não do presidente Lula, que tentava reeleição. O petista acabou faltando, seus adversários centraram ataques, e a eleição não foi definida no primeiro turno. “Não sei se a história se repete”, pondera o analista.

Já Fleischer afirma que, se Dilma não for ao debate, será tachada de covarde. “Ela não pode fugir ao debate. Tem de permanecer firme, defender suas posições e não se esquivar dos ataques”, desta. Já Serra, segundo ele, precisa continuar explorando as denúncias de lobby na Casa Civil, que resultaram na saída da então ministra Erenice Guerra. “O caso da violação dos sigilos, para o eleitor comum, é difícil de entender. Mas propina o povo entende melhor”.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, Dilma recuou de 54% para 51% dos votos válidos em cinco dias. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, ela pode ir a 49%, o que levaria a disputa para o segundo turno.

Senado

Na disputa pelas duas vagas no Senado que se abrem em 2011, o quadro é ainda de mais indefinição. Ciente do crescimento de seus principais adversários, Tasso – que costuma se guiar por pesquisas internas – declarou, no último fim de semana, voto para Alexandre Pereira, candidato ao Senado pelo PPS. Desta forma, tenta evitar que o seu eleitor dê o segundo voto para Eunício ou Pimentel, seus concorrentes diretos.

E como em time que está vencendo (no caso, crescendo) não se mexe, os candidatos do PT e do PMDB manterão a mesma estratégia até o fim da campanha. Segundo as assessorias de Eunício e Pimentel, o pedido de votos continuará casado, com o petista dando ênfase ao chamado “setembro vermelho”, sua principal arma eleitoral.

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